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Falecimento: Matão perde Carlos Groggia

Ex-vice-prefeito morreu no dia 17; Missa de Sétimo Dia acontece neste sábado (26)

Carlos Groggia e sua esposa Silvia. Foi vereador e vice-prefeito, mas seu grande legado foi ter ajudado a muitas pessoas
Foto: Rogério Bordignon

Carlos Groggia faleceu aos 83 anos, por volta das 11 horas do último dia 17, no Hospital ‘Carlos Fernando Malzoni’, onde estava internado por problemas decorrentes de um infarto ocorrido no dia 9. A vigília fúnebre ocorreu na Câmara Municipal, sendo seu corpo sepultado no Cemitério Municipal. A Missa de Sétimo Dia será realizada a partir das 19 horas deste sábado (26), na Igreja Matriz Senhor Bom Jesus de Matão (Centro), pelo padre Osvaldo Gonçalves Pereira.

Carlos José Groggia nasceu em Matão, no dia 27 de julho de 1941, filho caçula de Izidoro Groggia e Maria Azzolini Groggia. Seus irmãos são Thereza, Iolanda, Ana, Marli e Mário, dos quais estão vivos Marli e Thereza. Casou-se com Silvia Constantino Groggia, no dia 29 de dezembro de 1963. O matrimônio gerou Carlos José Groggia Filho, pai de Carla Groggia e marido de Sandra Helena Bononi Groggia. O segundo filho é Paulo Sérgio Groggia, casado com Magda Gomes da Costa Groggia, pais de Paulo Sérgio Groggia Júnior.

Aluno da EE ‘José Inocêncio da Costa’ (Grupão), Groggia começou a trabalhar na oficina de consertos gerais de Beniamino Cadioli, cujo crescimento resultou na Cadioli Implementos Agrícolas. Quando saía da escola, almoçava em casa e chegava na oficina por volta das 13 horas, auxiliando os serviços até as 18 horas de segunda a sexta-feira e aos sábados pela manhã. No período noturno, por três anos, ele engraxou sapatos no Centro de Matão, tendo mais fregueses aos sábados e domingos. Trabalhou com os Cadioli dos 10 aos 13 anos de idade.

Decidiu obter conhecimentos por meio de cursos profissionalizantes de torneiro mecânico e, em 1955, ingressou na Bambozzi, inicialmente como aprendiz e depois como torneiro mecânico. Após às 17 horas, saía da Bambozzi e ia até a oficina de consertos dos Irmãos Panegocci – Arcênio, Eugênio (Lêlo) e João –, que ficava na Avenida Siqueira Campos, entre as Ruas João Pessoa e Rui Barbosa.

Então, Groggia trabalhava na Bambozzi e depois do expediente, por uns três anos, ajudava os Irmãos Panegocci até as 19 horas de segunda a sexta-feira, sábado o dia todo e domingo até o horário do almoço. Este convívio levou Lêlo a convidá-lo para trabalhar com os Panegocci e Groggia aceitou, deixando a Bambozzi em 1963.

A Irmãos Panegossi já tinha se mudado para a esquina da Avenida Siqueira Campos com a Rua Ítalo Ferreira. Luiz Marchesan passava a pé por lá para descer até a sua residência e almoçar. Como o pessoal da Panegocci ficava na calçada no horário do almoço, Luiz convidou Groggia para trabalhar na Marchesan, propondo pagar mais do que ele recebia. Contudo, Lêlo aumentou o salário de Groggia. Luiz não desistiu e subiu a oferta, a qual a Panegocci não teve como superar.

Agradecendo aos Panegocci e mantendo amizade, ele foi para a Marchesan trabalhar como ferramenteiro em 1973, deixando esta empresa em 1984, já após um ano como vice-prefeito de Jayme Gimenez no seu primeiro mandato (1983 a 1988).

Groggia não tinha vida política. O que o levou a ser escolhido como candidato a vice-prefeito foi o fato de ter fortes e abrangentes convívios. Ele começou a jogar futebol como goleiro no Clube Atlético Matonense (CAM); praticava diversos tipos de corrida, inclusive a Marcha Atlética, e também já dançava por salões. Por muitos anos, foi ministro da Eucaristia e coordenador da Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Vila Pereira), até esta se tornar paróquia.

Estes entrelaçamentos desportivos, sociais, religiosos e profissionais fizeram Groggia se tornar muito conhecido na cidade. Porém, sem experiência política, ele demorou 28 dias para dar a resposta positiva para Jayme Gimenez. Com a vitória nas urnas, ele se tornou vice-prefeito de Matão e o único no estado de São Paulo a ser presidente do Fundo Social de Solidariedade.

No entanto, como Jayme Gimenez assumiu um cargo junto ao Governo do Estado, Groggia se tornou prefeito de Matão. Mais uma ‘peça’ que a política lhe ‘pregou’, pois ele chegou a perguntar para Jayme o que ele faria como prefeito, função exercida por dez meses, com muita humildade e apoio de todos os diretores municipais, bem como dos servidores públicos.

Ainda como vice-prefeito, Groggia foi incumbido por Jayme de conhecer os trabalhos direcionados à então denominada ‘Terceira Idade’. Contando com o apoio da esposa Silvia, ele se aprofundou no tema e fundou o ‘Grupo da Terceira Idade Saudade de Matão’, conduzindo-o por 15 anos.

Como vice-prefeito, Groggia solicitou a Jayme – para abrigar crianças – o uso do prédio que estava em construção para a Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, visando ajudar as mães que tinham empregos. O prédio foi construído e, com o aval do padre Amador Ramon, passou a ser usado como igreja e também como centro social, que recebeu o nome de ‘Izidoro Groggia’, em reconhecimento à dedicação de Groggia para aquela comunidade. Posteriormente, este centro social foi desmembrado da igreja.

Groggia foi vereador por dois mandatos: de janeiro de 1993 a dezembro de 1996, exercendo a vice-presidência da Câmara Municipal no biênio 1995 e 1996; e de janeiro de 2001 a dezembro de 2004, sendo 1º secretário em 2001 e 2002.

A esposa Silvia salienta que, durante os 62 anos em que esteve casada com ele, viu seu marido ajudar a muitas pessoas, por diversas formas, ao longo de todos esses anos. Por 50 anos, Groggia fez parte do Coral Santa Cecília. Na fase idosa, ele e Silvia conquistaram medalhas como casal dançarino, sendo que ele também tem medalhas pelo atletismo e, mais recentemente, conquistas pelo vôlei adaptado.

Os familiares de Carlos Groggia agradecem a Paulo Augusto Bernardi (presidente da Câmara Municipal), por ter cedido as dependências do Legislativo para o velório; ao ex-vereador Davison José Tosadori (Davison Sensei, atual diretor municipal de Lazer), por ter providenciado a homenagem que a Câmara Municipal prestaria a Groggia; ao prefeito Cido Ferrari, bem como a familiares e amigos que manifestaram seus sentimentos.

 


Fonte: Rogério Bordignon


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