Homenagem: Irmã Dulcinéa Xavier
POR PAULO CESAR CEDRAN
- Postado por Natali Galvao |
- sexta, 17 de janeiro de 2025 | 10:30 hs
Paulo Cesar Cedran, mestre em Sociologia e doutor em Educação Escolar pela Unesp-Araraquara
Foto: Divulgação
“Eu estava doente e cuidaste de mim”
Mateus - 25,36
A notícia do passamento da Irmã Dulcinéia Xavier, mais conhecida como Irmã Dulcinéia, causou comoção comparável à morte de seu companheiro de visitas aos doentes do Hospital ‘Carlos Fernando Malzoni’, o monsenhor Amador Romão.
Não tardou para que a maioria das pessoas que puderam conviver com Irmã Dulcinéia, numa breve visita que seja, às alas deste hospital, a agraciasse com o carinhoso título de ‘Anjo do Senhor’.
Sem dúvida nenhuma, de próprio testemunho, quando estive sob cuidados médicos no hospital ou acompanhando familiares e amigos, pude atestar a maneira com que Irmã Dulcinéia adentrava ao quarto, ou mesmo quando nos encontrávamos no corredor, na sala de espera de cirurgias, nas ruas da cidade ou na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, trazendo esse traço angelical.
Parecia que ela conhecia, profundamente, cada um de nós e se preocupava em nos tocar carinhosamente com suas mãos como se estivesse nos abençoando, orando, protegendo, em nosso estado de fragilidade, diante de doenças.
Seu sorriso maternal, seu corpo miúdo – mas ágil – e seu sorriso transfiguravam a presença de Cristo no meio de nós. Tanto o padre Jorge quanto o padre Emílio foram muito sábios ao elencar essas e outras virtudes de Irmã Dulcinéia que a tornaram tão amada junto à comunidade hospitalar e também à comunidade das Irmãs Claretianas de Matão.
Após a Missa de Exéquias, ao me dirigir à Irmã Leonilse Angela Zilli, superiora da Congregação das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret – congregação a qual Irmã Dulcinéia pertencia –, tive a grata satisfação de receber, de suas mãos, as anotações que ela utilizava para ajudar a religiosa falecida.
Partindo dos Versículos 1-2, do Salmo 62: “Somente em Deus a minha alma repousa, dEle vem a minha salvação”. Irmã Leonilse recordou que Irmã Dulcinéia nasceu no dia 26 de agosto de 1938, na cidade de Guaipava (MG) e ingressou na congregação em 21 de maio de 1963.
Fez a sua primeira profissão no dia 19 de fevereiro de 1966 e sua profissão perpétua em 19 de fevereiro de 1972. Também celebrou o seu Jubileu de Prata no dia 26 de fevereiro de 2016.
Dedicou sua vida à área da saúde, iniciando seus trabalhos no setor de enfermagem no dia 12 de abril de 1992 e, posteriormente, passou a atuar na Pastoral da Saúde.
Foram praticamente 32 anos levando o conforto espiritual, juntamente com a equipe do hospital, padres e outras irmãs que passaram pela cidade, aos seus queridos ‘doentinhos’.
Irmã Leonilse sempre fez questão de reiterar que apesar de seus 86 anos, quando se sentia um pouco melhor, Irmã Dulcinéia não deixou de marcar presença nas visitas da Pastoral da Saúde.
Sempre amada e respeitada por todos, afirmou que Deus a acolheu em Seu Reino, na qualidade de Serva Fiel. Irmã Dulcinéia amou e serviu aos pobres e aos sofredores, vendo neles a pessoa de Jesus Cristo, servindo com bondade e alegria a todos os doentes.
Concluindo sua homenagem à Irmã Dulcinéia, Irmã Leonilse afirmou: “Em sua Páscoa, queremos celebrar os dons de sua vida, na fé e na certeza de que em Deus, nosso ponto de chegada, nosso lugar definitivo, é que devemos ancorar nossa presença no mundo”.
Ainda em nome da Congregação, Irmã Leonilse agradeceu a todos pelo apoio e carinho sempre dedicados às irmãs da Creche Santa Izabel e, muito particularmente, à Irmã Dulcinéia, estendendo sua gratidão à comunidade matonense, à diretoria do hospital, seus médicos, enfermeiros, funcionários e cuidadores, afirmando: “A todos, o nosso reconhecimento e compromisso de orações. Irmã Dulcinéia, vá em paz! Receba a coroa da glória por sua frutuosa missão. Descanse em paz e peça a Deus por todos nós...”.
Neste espírito de oração e gratidão, Irmã Leonilse, assim como os padres Jorge e Emílio e diáconos presentes, juntamente com a comunidade matonense e visitantes, entregaram ao Pai a querida Irmã Dulcinéia, que estará eternizada para sempre em nossos corações, pelo legado que deixou.
Fonte: Paulo Cesar Cedran, mestre em Sociologia e doutor em Educação Escolar pela Unesp-Araraquara
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