Secretaria da Saúde prioriza combate à dengue
Quantidade de casos registrados em janeiro somente é menor que a dos anos inteiros de 2016, 2022 e 2024
- Postado por Natali Galvao |
- sábado, 08 de fevereiro de 2025 | 13:01 hs
O secretário Faro. "Todas as ações são insuficientes se não houver a conscientização e participação das pessoas para eliminar criadouros do mosquito transmissor da doença"
Foto: Rogério Bordignon
Enfrentar a epidemia de dengue é a prioridade da Secretaria Municipal de Saúde neste início de ano. É provável que em 2025, Matão registre mais casos de dengue do que em 2024, quando foi constatada a maior quantidade de casos desde 1999, ano inicial dos levantamentos. Dois óbitos ocorridos em janeiro estão sob análise, para saber se foram provocados pela dengue.
Ano a ano, a quantidade oficial de casos confirmados é a seguinte: 1999 (11); 2000 (9); 2001 (42); 2002 (20); 2003 (12); 2004 (zero); 2005 (4); 2006 (79); 2007 (247); 2008 (7); 2009 (16); 2010 (1.121); 2011 (414), 2012 (327); 2013 (908); 2014 (192); 2015 (722); 2016 (2.166); 2017 (3); 2018 (16); 2019 (1.290); 2020 (24), 2021 (7), 2022 (2.109), 2023 (1.149) e 2024 (3.062, com o recorde de 11 óbitos).
No último mês de janeiro foram confirmados 1.812 casos, quantidade somente menor do que foi constatada durante os anos inteiros de 2016, 2022 e 2024. Até a quinta-feira (6), o número de casos confirmados em 2025 era de 2.137, ou seja, abaixo somente dos registrados em 2016 e 2024. Sobre esta situação delicada e outros aspectos inerentes à sua Pasta, o secretário Orivaldo Ademir Reguin (Faro) foi entrevistado por A Comarca.
São conhecidos quatro tipos de dengue. Qual a incidência maior em Matão?
Estamos constatando um aumento na quantidade de casos de dengue tipo 1 e tipo 2. Por enquanto, há casos registrados de dengue tipo 3 na região de São José do Rio Preto.
Está claro que a prioridade para a Secretaria de Saúde é o combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Sim, isso se tornou uma tônica para nós. De segunda a sábado ocorrem vistorias em domicílios, estabelecimentos comerciais, empresas, locais de prestação de serviços, enfim, onde possa haver procriação de mosquitos. Estamos realizando constantemente a nebulização veicular, coletando o máximo possível de recipientes que possam acumular água parada, novamente tentando conscientizar as pessoas presencialmente, pela imprensa ou por divulgações em redes sociais, além da prática de outras medidas.
Qual o contingente humano nessa tarefa?
São 40 pessoas, mais os agentes comunitários de saúde, contingente que varia de quatro a 12 pessoas, dependendo da atuação e do bairro. Contrataremos mais pessoas para ampliar a nebulização com o equipamento costal.
E o atendimento às pessoas que precisam saber se estão com dengue ou covid?
Disponibilizamos 50% de todas as agendas de consultas médicas somente para o atendimento a pessoas com suspeita de dengue. Ampliamos os horários em duas Unidades Básicas de Saúde (UBSs): ‘Zélia da Silveira Perche’ (Bairro Alto) e ‘Salvador de Toledo Galrão’ (Postão do Centro). Os plantões foram estendidos das 17 às 22 horas, de segunda a sexta-feira; aos sábados, domingos e feriados, vão das 8 às 17 horas.
É um momento muito preocupante na história recente da saúde pública.
Sim. Nunca tivemos uma quantidade tão grande de casos de dengue num período tão curto; estamos fazendo o possível, pois travamos combate contra uma epidemia. O prefeito Cido Ferrari compreende essa luta e também faz o possível para que consigamos reduzir a quantidade de casos registrados.
Todas as medidas se tornam mais eficientes se a população colaborar.
Todas as ações são insuficientes se não houver a conscientização e participação das pessoas para eliminar possíveis criadouros do mosquito no seu quintal, em sua casa, enfim, em qualquer imóvel. Deve existir uma vistoria semanal da população em caixas d’água, calhas, cisternas, recipientes que acumulem água de degelo da geladeira e impedir que outros recipientes sirvam de criadouro para o mosquito. É impossível a Prefeitura vistoriar cerca de 40 mil imóveis por semana. O pior é que enfrentamos recusas diariamente de pessoas que não permitem as nossas visitas. Isso acontece em 20% dos locais em que vamos, índice que pode chegar a 30% em certas situações.
Além do combate à dengue, o que priorizar em 2025?
A prioridade é manter a melhor qualidade possível no atendimento à população, para a maior quantidade possível de pessoas, tentando otimizar recursos financeiros neste contexto. É prioritário também reduzir as filas de espera para exames e cirurgias. Quando assumimos o governo em 2021, este contingente era de aproximadamente 6 mil pacientes. Hoje são uns 2 mil pacientes aguardando exames e cerca de 900 na espera por cirurgias, sendo que alguns aguardam exames para fazer cirurgias.
E com relação aos investimentos em obras para o setor da Saúde?
Será construída uma UBS ao lado do Samu, no bairro do Pinheirinho, para atendimento aos moradores daquela região, principalmente da Vila Santa Cruz, Jardim Buscardi e Quarto Centenário. Está prevista para o final de abril a entrega da ampliação e da reforma da UBS ‘Walter Cicogna’, no Jardim Paraíso.
Serão implantadas melhorias em equipamentos?
Está em implantação o sistema de regulação para que a população não tenha mais que se deslocar até a sede da Secretaria Municipal de Saúde para agendamentos, primando pela equidade, de acordo com as necessidades, sendo mais justos com quem mais precisa.
Mais algum investimento?
Por causa da prioridade ao combate à dengue, ainda estamos finalizando o planejamento dos serviços e atendimentos do nosso setor. Informaremos possíveis novidades ao longo do ano.
Fonte: Rogério Bordignon
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