Vôlei Adaptado, um sucesso matonense!
Com equipes locais em sete categorias, modalidade proporciona benefícios à saúde e convívio social
- Postado por Natali Galvao |
- quarta, 29 de janeiro de 2025 | 09:50 hs
Jogadores atuais. Treinos dos times de Vôlei Adaptado acontecem no Ginásio de Esportes 'Armando Theodorico Gomes' (Ginasinho)
Foto: Rogério Bordignon
Em 2001, o então prefeito de Matão, saudoso Jayme Gimenez, se reuniu com o secretário municipal de Esportes, Lazer e Turismo, Marcos Antonio Galli (Marquinhos), e com a diretora municipal de Lazer, a educadora física Maria Aparecida da Silva Freitas (Cida), pedindo para eles providenciarem atletas de algumas modalidades para a disputa da 8ª edição dos Jogos Regionais do Idoso (Jori). Cida e as também educadoras físicas Nadir Leôncio Ramos de Souza e Lucinéia Aparecida Cândido reuniram pessoas para representar Matão nas modalidades de Coreografia, Dança de Salão, Atletismo, Bocha e Truco em Araraquara, cidade sede daquela edição dos Jori. E para a 9ª edição – disputada em Matão – decidiram agregar um time de Voleibol Adaptado.
Um grupo de senhores assistiu a um vídeo que Cida mostrou na sede da Secretaria, sendo este o primeiro contato deles com a modalidade. Para ser o técnico do time de Vôlei Adaptado, Cida convidou o educador físico Kemmell Elias para preparar a equipe que representaria Matão nos Jori de 2002. A primeira equipe matonense foi formada por Grey Fedozzi, José Emílio Picchi, Durval Malagoli, Edemar Gonçalves (Cabelo), Luiz Fernandes Soares, Carlos José Groggia, Lorival Pereira (Vale), Luiz Rosa, Anísio Ricci, Celso Gimenez, Claudemar João Derâmio (Crau) e Pio. Eles conquistaram a medalha de bronze na estreia dos Jori.
“Logo que a participação do time de Vôlei Adaptado Masculino terminou nos Jori de 2002, a Cida me convidou para iniciar a preparação de uma equipe feminina. Sempre fui do Basquete, mas aceitei o desafio e, com o apoio do Kemmell, montamos o grupo, inicialmente formado por esposas de jogadores do masculino e outras convidadas por elas”, conta a educadora física Nadir de Souza. Alzira Pires, Palmira Pinotti Gomes, Silvia Groggia, Dirce Derâmio, Rosa Pini, Aparecida Chiquitelli, Diva Cecílio, Maria Barbisan, Idalina Siqueira e Odila Colombari foram as primeiras jogadoras do time de Vôlei Adaptado Feminino.
“Em fevereiro de 2003 fizemos o primeiro amistoso, contra Monte Alto, no Ginásio de Esportes ‘Décimo Chiozzini’, onde treinávamos duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras. Perdemos o primeiro set de 15x0 e também fomos derrotadas no segundo set; não me lembro do placar. Mais do que a derrota, aqueles 15x0 ‘ficaram na garganta’ e, desde 2005, não perdemos mais para Monte Alto”, relata Nadir, que também passava a treinar o time masculino juntamente com Kemmell. Vieram mais amistosos e disputas: Jori, Mini Jori e a Liga Aper, de Monte Azul Paulista. Os times receberam mais atletas, evoluíram progressivamente e atingiram bons níveis técnicos em 2008. Mas por uma decisão política, Nadir e Kemmell não treinariam mais as equipes.
De 2005 a 2011, estes dois times passaram a ser treinados por Etevaldo Fortes de Arruda (Goiano) e Benedito Hamilton Gregório (Passo Preto). Porém, uma comissão liderada por Carlos José Groggia pediu o retorno de Nadir ao comando técnico. Ela, por sua vez, solicitou o reingresso de Kemmell e os dois voltaram a fazer o Vôlei Adaptado crescer. “Quando retomamos como treinadores, havia somente as equipes acima de 60 anos, tanto no masculino como no feminino. A partir de 2011, agregamos as categorias Acima de 45 anos (45+), 58+, 68+ e 75+. Atualmente, somente não temos a categoria Acima de 75 anos no feminino; portanto, são sete times”, diz Nadir, que não conta mais com a presença de Kemmell desde o início de 2024.
Desde 2022, as equipes disputam a Super Liga da Confederação Brasileira de Voleibol Adaptado (CBVA) e as etapas regional e estadual dos Jogos da Melhor Idade (denominação vigente desde 2020). Outros torneios esporádicos promovidos em Matão ou em outros municípios também são disputados. Os treinos acontecem no Ginásio de Esportes ‘Armando Theodorico Gomes’ (Ginasinho) desde 2011. “Além do trabalho desportivo, soma-se a parte da socialização, pois os idosos constituem um grupo que viaja junto e que pratica outras atividades sociais além das quadras. A energia positiva aumenta, o convívio se torna uma ajuda mútua. Os idosos se tornam mais autônomos, mais independentes e ganham maior mobilidade”, coloca a treinadora.
Nadir destaca benefícios à saúde, constatados por médicos que acompanham os idosos. “Remédios para depressão, colesterol, diabetes, pressão alta e outros males são abolidos ou têm prescrições reduzidas. Claro que a saúde não melhora 100%, mas os benefícios são muito perceptíveis”, garante. “Gosto de ser útil e percebo que minha missão atinge muitas pessoas de diferentes faixas etárias. Já trabalhei com crianças a partir dos 7 anos e tenho a companhia de idosos com 85 anos. Percebo que a criança e o idoso precisam de mim nos desportos que praticam; porém, mais do que eles de mim, sou eu quem precisa deles, pois meu trabalho me mantém viva”, reconhece Nadir.
Em relação aos treinos das equipes de Vôlei Adaptado, Nadir ressalta o apoio constante dos educadores físicos Luiz Adriano Ramos (Coelho) e Carlos Rodrigo Gregório. “O Kemmell se afastou a partir de 2024, mas se precisarmos, ele dá sua colaboração”, frisa a treinadora. Desde o início de 2024, o Vôlei Adaptado é uma das modalidades integradas à Associação Desportiva Matonense (ADM), que surgiu no final de 2011, foi oficializada em 2015 quando passou a receber o Futsal Feminino e concentrou também o Futsal Masculino a partir de 2017, tendo as equipes de Futsal Masculino e Feminino o acompanhamento de Gregório.
PRINCIPAIS CONQUISTAS
Por oito anos consecutivos (2011 a 2018), equipes masculinas e femininas foram campeãs da Liga Aper. Pela Confederação Brasileira de Voleibol Adaptado (CBVA, a Super Liga), em 2022, o time 45+ Masculino foi vice-campeão paulista (Guaratinguetá) e campeão brasileiro (Amparo); em 2023, foi terceiro colocado no Sul-Americano (Salto), campeão paulista (Cubatão) e terceiro lugar no Brasileiro (Santa Fé do Sul). E em 2024, campeão paulista da Série Prata.
Também pela Super Liga (CBVA), em 2023, o time 75+ Masculino foi vice-campeão paulista (Cubatão), vice-campeão brasileiro (Santa Fé do Sul) e, em 2024, foi quarto colocado no Paulista (Série Ouro). Em 2024, o 68+ Masculino foi campeão estadual da Série Prata; o 45+ Feminino ficou em sexto lugar na Série Ouro; o time 58+ Masculino ficou na sétima colocação na Série Ouro; e o 58+ Feminino ficou em sétimo na Série Prata. Em 2024, todos estes times conseguiram classificação para o Campeonato Brasileiro.
OS TIMES ATUAIS
Acima de 45 anos (45+)
Feminino
Cláudia Vieira Magalhães Mazza, Elaine de Paula da Silva Borela, Elvira Caetano,
Gisleyne Bechilia, Januária Manuela de Oliveira Amaral, Kátia Oliveira Alves de Souza, Luciana Caetano da Silva Sales, Márcia de Fátima Peron Di Schmidt, Maria José Amantino Ramos, Maria Lucília Furlanetto, Marília Elizabete Américo Durante, Mariluz das Graças Diniz Abdala, Mônica Ferreira Marques, Nadir Leôncio Ramos de Souza, Neide Aparecida Dezani, Neigmar Dias de Caetano Alvarez, Rosemeire Inocêncio da Costa, Rosi Mara Georgete Romano, Rosivânia de Oliveira Almeida e Uliana Sbeguen Stotzer.
Masculino
Adriano Reynaldo Romanelli Bernardi, Aluísio Luiz da Silva, Antonio Márcio Alves de Almeida, Carlos Roberto Garbim, Carlos Rodrigo Gregório, Daniel Antonio Bottesini Massocato, Denver Marcos Bento da Silva, João Alberto do Amaral, João Francisco Salvador Roberto, José Carlos Romano, Laércio de Oliveira Júnior, Luiz Adriano Ramos, Marcos Roberto Gonçalves, Paulo de Siqueira, Paulo Tárcio da Silva, Ricardo de Freitas, Rui Carlos Marson, Sebastião Carlos Peres Schmidt e Welerson Fernando Bento da Silva.
58+
Feminino
Aparecida Conceição Pedroso Ferreira, Augusta Aparecida Ribeiro, Elvira Caetano, Evanir Terezinha Vilarinho, Flauzina Gonçalves Mistrão, Irene Oliveira Alves, Josefina de Lima Bizotto, Maria Aparecida Benedita Bortolazzo, Maria do Carmo da Silva Mioto, Maria José Amantino Ramos, Odete Galdino Ferreira Datorre, Olga Gomes dos Santos Bruschi, Rosimeire Aparecida Marin Ribeiro Moretti, Rosimeire Inocêncio da Costa e Vera Ferreira dos Santos.
Masculino
Alberto José Cavalheiro, Claudenir Camillo Datorre, Fábio Firmino da Silva, Geraldo Gomes, João Alberto do Amaral, José Antonio Mantoani, Luiz Carlos Ramos, Luiz Gomes, Odewaldo Massaru e Sebastião Carlos Peres Schmidt.
68+
Feminino
Aparecida do Carmo Vetuci Otaviano, Cleuza Paulino Braz, Esther Aparecida Ijanc, Evani Maria Damazio, Florentina Rosângela de Lima, Fumie Ichinose Teixeira do Amaral, Helena dos Prazeres dos Santos, Izabel Colombari, Luzia Marlene Valério Barbasso e Vanilda Domingos Iroldi.
Masculino
Alceu Aparecido Mistrão, Cleodival Guimarães, Dorival Ramos, Geraldo Gomes, Mário Massao Suguino e Wilson Aparecido Soleder.
75+
Masculino
Antonio Narciso Bendande, Antonio Carlos Chiozzini, Antonio Marcideli, Carlos José Groggia, Dailton Barbasso, Daniel Aparecido Rodrigues, Delvo Basso, João de Deus Pontes, José Carlos Ferreira, Luiz Carlos Pagliuco, Odewaldo Massaru, Pedro José Peripato, Reinaldo Tito e Reynaldo Bizotto.
Fonte: Rogério Bordignon
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