Saiba mais sobre os fundadores de A Comarca
Augusto e Ítalo Ferreira foram os diretores do Jornal no período de 1925 a 1962
- Postado por Natali Galvao |
- sábado, 04 de janeiro de 2025 | 13:21 hs
Em 1905, Matão ganhava um jornal que noticiava os fatos do município, mas se inclinava cada vez mais à causa espírita; até que, em 1915, ‘O Clarim’ se tornou um periódico essencialmente voltado ao Espiritismo. Rompendo a aurora do Século 20, Francisco Ferreira e Conceição dos Santos Ferreira chegaram a Matão; junto deles, os irmãos Ítalo e Augusto Ferreira, ambos nascidos em Rio Claro. O pai faleceu no dia 10 de março de 1917, aos 64 anos, quando Ítalo tinha 26 anos e Augusto, 25. A mãe deles morreu no dia 14 de março de 1951, aos 92 anos.
Ainda na segunda década do século passado, Ítalo decidiu implantar jornais em Matão, passando a imprimir ‘A Semana’ e depois ‘A Palavra’, este apenas com uma edição. Depois, lançou em Dobrada ‘O Município’. No entanto, ele também não conseguiu levar adiante os outros dois periódicos impressos.
Porém, o êxito foi obtido quando Augusto e Ítalo decidiram criar A Comarca, que nasceu sob a missão de bem informar e lutar pela criação da Comarca de Matão, para tornar o município independente judicialmente de Araraquara, intento conseguido oficialmente no dia 23 de dezembro de 1953, após o governador Lucas Nogueira Garcez promulgar a lei aprovada na Assembleia Legislativa, em Projeto de Lei apresentado por João Salgado Sobrinho, principal defensor da proposta de Matão se constituir em Comarca.
Determinados, dinâmicos, desenvolvimentistas, passando por diversas dificuldades, os irmãos Ferreira conduziram o Jornal A Comarca do dia 4 de janeiro de 1925 até setembro de 1962. Por 37 anos, os dois se entregaram para manter A Comarca ativa, registrando a história de Matão e lutando pelo progresso do município. Foi durante este período de 37 anos que uma cidade se construiu, pois sequer paralelepípedos havia em nossas ruas e avenidas quando as pessoas passaram a ler A Comarca.
Quem mais se dedicou ao jornal foi Augusto, conclamando a população, os empresários e o poder público a fazerem Matão evoluir e ajudarem a manter A Comarca. Claro que eles contaram com o apoio de articulistas, de outras pessoas que escreviam para o jornal, dos gráficos e outros funcionários, todos também responsáveis pela sobrevivência do veículo de comunicação, o único órgão de imprensa do município até 1980, quando surgiu a Rádio Notícias – atual Rádio Cidade.
Em 1943, Augusto foi eleito conselheiro da diretoria do Hospital de Caridade, atual Hospital ‘Carlos Fernando Malzoni’. Em 1944, era o responsável pelo Departamento de Propaganda da Legião Brasileira de Assistência (LBA). Foi vereador por quatro mandatos (de 1948 a 1951, de 1952 a 1955, de 1956 a 1959 e de 1960 a 1963), sendo presidente da Câmara Municipal de Matão em 1954 e 1955. Viúvo de Itália Maccagnan Ferreira, faleceu no dia 4 de agosto de 1984, aos 92 anos. Denomina uma avenida no Jardim Paraíso.
Ítalo foi casado com Trindade Ferreira. Foi prefeito de Matão, de 31 de dezembro de 1946 a 15 de abril de 1947. Em sua administração, entre outras conquistas, no dia 10 de fevereiro de 1947, criou-se o Ginásio Estadual de Matão. Morreu no dia 22 de dezembro de 1960, aos 69 anos. Denomina uma rua no Centro de Matão.
Fonte: Rogério Bordignon com contribuição de Eduardo Matuiski
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