Samie Elias é o novo treinador da Seleção de Natação de Portugal
Matonense aceitou o convite do presidente da Federação Portuguesa, Miguel Arrobas
- Postado por Natali Galvao |
- sexta, 03 de janeiro de 2025 | 12:33 hs
Samie Elias. "Estamos no meio da temporada europeia; o trabalho segue sem parar"
Foto: Divulgação
No dia 19 de agosto de 2021, Samie Elias e sua esposa Ana Paula Loures Elias chegaram em Oeiras (Portugal). Samie foi contratado pela Federação Portuguesa de Natação (FPN) para evoluir o selecionado lusitano. Biomecânico, ele teve a companhia de Alberto Silva (Albertinho, head coach) e Igor Silveira (preparador físico).
Na Comissão Técnica, os três contaram com o trabalho de Daniel Moedas (fisioterapeuta), Rui Escaleira (médico), Antonio Fortuna e Vasco Dias, ambos analistas do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Eles realizaram um brilhante trabalho, levando a equipe a conquistar medalhas inéditas e a disputar as Olimpíadas de Paris em 2024.
No entanto, ocorreu uma mudança no último dia 16 de dezembro, quando Samie foi informado de que assumiria a função de head coach da Seleção Portuguesa de Natação. Sobre esta promoção, aos seus 34 anos, Samie foi entrevistado por A Comarca.
Como se deu a sua promoção a treinador da Seleção Portuguesa de Natação?
Quando fomos contratados em 2021, o intuito era realizar um trabalho até agosto de 2028. No entanto, o presidente da FPN, Antonio Silva, que assumiu essa função em 2012, finalizou o seu terceiro mandato no último mês de novembro. A partir de dezembro, Miguel Arrobas assumiu a presidência, devendo permanecer até novembro de 2028.
O novo presidente quis a continuidade do seu trabalho?
Sim. No entanto, não houve um acordo entre o atual presidente Miguel Arrobas e o então head coach, Albertinho Silva.
Como você soube que não ocorreu este acordo?
Quem me comunicou primeiro foi Miguel Arrobas, mas o próprio Albertinho sugeriu a ele que o trabalho continuasse comigo como treinador. A direção da FPN também tinha a intenção de que eu assumisse a função de head coach. Contudo, ocorreram reuniões da direção com diversos treinadores e atletas da Seleção Portuguesa de Natação. Ao final, todos queriam que eu fosse o treinador principal e aceitei o convite no último dia 17.
Você e o Albertinho têm amizade desde 2010. Como você assimilou essa mudança?
Eu perdi a companhia profissional, cotidiana, de um amigo, de um mentor. O primeiro ‘baque’ foi este. O Albertinho retornou ao Brasil e será head coach do Floripa Swim, de Florianópolis (SC). Mantemos contato constantemente.
O seu trabalho como treinador principal começará em 2025?
Não, pois estamos no meio da temporada europeia e o trabalho segue sem parar. No último dia 15, finalizamos a participação no Campeonato Mundial de Piscina Curta, disputado em Budapeste (Hungria). Na nossa volta, tive que reprogramar todo o trabalho a ser desenvolvido em 2025, com o objetivo principal de disputar o Campeonato Mundial de Piscina Longa na cidade-estado de Singapura, no período de 23 de julho a 3 de agosto. O Plano de Alto Rendimento para o próximo ano está concluído e foi enviado para aprovação.
E quanto ao próximo ciclo olímpico?
O ciclo olímpico para Los Angeles (2028) começou tão logo as Olimpíadas de Paris terminaram. No entanto, providencio o planejamento estratégico, as definições de objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para os atletas que identificamos como ‘alvos’ para os próximos Jogos Olímpicos. Também tenho que desenvolver um ambiente colaborativo entre todos os treinadores do país para que tenhamos impacto no desenvolvimento não somente dos atletas que estão dentro do Centro de Alto Rendimento (CAR), que fica no Vale do Jamor, na cidade de Oeiras.
Quantos atletas estão integrados ao CAR e quantos estão ‘no radar’?
No CAR-Jamor temos Diogo Ribeiro, Miguel Nascimento, Diogo Lebre e Rafaela Azevedo. No CAR da cidade de Rio Maior, são oito nadadores; e no CAR da cidade de Coimbra, outros quatro. Ainda temos mais dez atletas pelo país inseridos em protocolos de apoio.
Com relação a metas, o que você sabe que terá que cumprir?
Tenho, a princípio, que obter uma melhor integração entre os CARs de Jamor, Rio Maior e Coimbra. Concomitantemente, tenho que – no mínimo – manter os resultados internacionais da equipe do CAR-Jamor até o final de 2025 e depois, como Seleção Portuguesa de Natação, alcançarmos duas ou mais finais no Mundial de Singapura.
Como você vive esta expectativa?
Ainda não sei como estar na função de head coach afetará meu equilíbrio; contudo, a minha maneira de abordar a tudo isso é focar no processo, no desenvolvimento dos atletas e treinadores.
A quem agradecer por esta oportunidade profissional?
Fui um privilegiado por ter a companhia de grandes mentores: Albertinho Silva, Felipe Domingues, Igor Silveira, Sérgio Marques, Tiago Moreno, André Ferreira, Gustavo Schirru, Marcelo Tomazzini, Alexandre Moreira, Bernardo Miloski, Ricardo Filipin. Junto com eles, conquistei medalhas e recordes brasileiros, sul-americanos, pan-americanos e mundiais. Agradeço a todos eles e a confiança que a FPN – através do seu presidente, Miguel Arrobas – tem em mim. Obrigado também à minha esposa, Ana Paula, bem como aos meus familiares.
Fonte: Rogério Bordignon
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