Dezembro Vermelho: médico esclarece sobre o HIV e a Aids
Infectologista destaca a importância da informação na prevenção e no tratamento
- Postado por Natali Galvao |
- segunda, 16 de dezembro de 2024 | 16:40 hs
André Pelosi Alves. "As pessoas vivendo com o HIV são tão normais quanto qualquer outra. O preconceito é que deve ser combatido"
Foto: Divulgação
Neste mês, um símbolo de conscientização e prevenção não pode passar despercebido: o Dezembro Vermelho. O médico André Pelosi Alves, infectologista do Hospital ‘Carlos Fernando Malzoni’, ressalta a importância deste período para mobilizar a sociedade em torno da informação e do combate ao HIV e à Aids. “Trata-se de um momento em que lutamos contra a desinformação e promovemos a conscientização sobre a infecção pelo HIV”, afirma André.
O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) ataca o sistema imunológico, especialmente os linfócitos T CD4, células essenciais para a proteção do corpo contra infecções. Quando a infecção não é tratada, pode evoluir para Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), um estágio grave que deixa o organismo vulnerável a uma série de infecções oportunistas. “É fundamental entender que HIV e Aids não são a mesma coisa. O HIV é o agente causador da infecção, enquanto a Aids representa o avanço da condição, caso não haja tratamento adequado”, esclarece o médico.
André destaca que a infecção pelo HIV pode não apresentar sintomas imediatos. Na fase aguda podem ocorrer febre, dor de garganta e linfonodos inchados, mas muitos pacientes permanecem assintomáticos por anos. “A progressão para a fase avançada acontece principalmente em pessoas que não realizam o tratamento”, alerta. É essencial que aqueles com vida sexual ativa realizem testes de rotina para diagnóstico precoce.
A transmissão do HIV ocorre principalmente por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e objetos cortantes, transfusão de sangue contaminado (raro no Brasil devido ao controle rigoroso) e transmissão vertical durante a gestação. Para André, a prevenção é a chave: “Devemos sempre incentivar o uso de preservativos e oferecer informações sobre a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e Profilaxia Pós-Exposição (PEP)”, afirma.
O tratamento com antirretrovirais (TARV) é poderoso no controle do HIV. “Esses medicamentos modernos possibilitam que pessoas portadoras do HIV tenham uma qualidade de vida semelhante à de pessoas que não têm o vírus. Com o tratamento contínuo é possível alcançar uma carga viral indetectável, o que impede a transmissão do vírus”, explica o infectologista. No Brasil, a TARV é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
DESMISTIFICAÇÃO
O Hospital ‘Carlos Fernando Malzoni’ se compromete a ser um agente ativo na luta contra o HIV e no combate ao estigma associado à infecção. “Precisamos desmistificar a infecção pelo HIV. Ela não escolhe gênero ou orientação sexual, e todos devem receber informações claras e precisas. A informação e a prevenção são as nossas melhores armas contra o preconceito”, enfatiza André.
E como a comunidade pode ajudar? O médico conclama a todos para se unirem nesta luta. “Devemos nos lembrar que as pessoas vivendo com o HIV são tão normais quanto qualquer outra. O preconceito é que deve ser combatido”, finaliza o infectologista, reforçando que, com informação e solidariedade, podemos construir uma sociedade menos estigmatizada.
Denise Minelli, superintendente do Hospital, disse que “apoiamos todas as demandas da saúde, afinal, a prevenção é o melhor caminho. Quem não se previne acaba favorecendo a aparição de doenças que podem ser evitadas. Não é todo município que tem um Hospital tão bem equipado. Estamos atentos e prontos para servir a população”.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Hospital
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