Proerd é retomado
Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) teve formatura das turmas do Primeiro Semestre, na noite da quinta-feira (20)
- Postado por Natali Galvao |
- sábado, 22 de junho de 2024 | 13:37 hs
Talita de Melo e William Dias. Policiais militares atuam como voluntários do Proerd em escolas públicas e particulares
Foto: Rogério Bordignon
Na noite da quinta-feira (20) aconteceu a cerimônia de formatura das turmas do Primeiro Semestre de 2024 do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), no Ginásio de Esportes ‘Décimo Chiozzini’. Protagonizada pelo comandante da 4ª Companhia da Policia Militar, capitão Rodrigo Adriano Lopes, a solenidade foi prestigiada por outras autoridades e membros da comunidade escolar.
“Em decorrência de movimentações para outros locais de atuação e passagens para a reserva (aposentadoria) de instrutores, conseguimos retomar o programa que ocorreu até o final de 2019 nos municípios de atuação da 4ª Companhia, graças ao trabalho voluntário do cabo PM William Roberto Dias e da soldado PM Chérima Talita Antonio de Melo”, diz o capitão Lopes.
“Em Matão, distrito de São Lourenço do Turvo, Santa Ernestina, Dobrada e Motuca, o Proerd sempre foi muito bem aceito pela comunidade estudantil. Sua retomada foi uma reivindicação da sociedade e, considerando que não tínhamos mais nenhum instrutor habilitado para aplicação do curso, passamos a incentivar policiais militares pertencentes ao nosso efetivo a aceitarem o desafio”, diz Lopes.
William e Talita integram o Pelotão Territorial de Matão. Eles concluíram o Curso de Instrutores do Proerd, realizado em São Paulo, em setembro de 2023, e desde então retomaram a aplicação do conteúdo do programa nas escolas. “É indiscutível a importância do Proerd como ferramenta institucional para aproximação da Polícia Militar com a comunidade”, cita o capitão.
O Proerd reforça laços de cooperação e confiança, objetivos da Polícia Comunitária, bem como a educação de crianças que recebem, nas aulas, ensinamentos necessários para o fortalecimento de boas amizades, do respeito mútuo, valorização da família e, principalmente, do comportamento para resistirem ao aliciamento dos criminosos, dizendo ‘não’ às drogas e à violência. A seguir, entrevista com William e Talita.
Quando o Proerd foi retomado em Matão?
William - Em outubro do ano passado, eu e a Talita demos aulas para oito turmas de terceiros anos do Ensino Fundamental das Escolas Estaduais (EEs) ‘Aderval da Silva’, ‘Guerino Vedoato’, ‘João Salgado Sobrinho’, ‘Padre Nelson Antonio Romão’ e ‘Roberto Veltre’, bem como no Colégio Ethos.
E o programa continuou neste ano.
Talita - Executamos um planejamento e convidamos a todas as unidades escolares da rede pública estadual e municipal; escolas particulares de Matão, do distrito de São Lourenço do Turvo, Santa Ernestina, Dobrada e Motuca, bem como a Escola do Campo Tamanduá, que fica na Fazenda Cambuhy.
William - De fevereiro a maio deste ano, demos aulas na Escola Municipal ‘Antonio Carlos Manzini’; nas particulares ‘João Carlos Marchesan’, do Centro de Atividades ‘Professor Azor Silveira Leite’ (Sesi-Matão), Anglo e Objetivo, assim como em todas as oito EEs de Matão.
Talita - As aulas são dadas para alunos de 9 e 10 anos, devidamente cursando o Ciclo 1 do Ensino Fundamental. Neste primeiro semestre, o Proerd integrou aproximadamente 800 crianças.
Como será no segundo semestre?
Talita - Atuaremos para cerca de 550 alunos nas EMs ‘Adelino Bordignon’, ‘Celso de Barros Perche’ (Caju), ‘Maria José Mendonça Gimenez’ (Caic) e ‘Helena Borsetti’ (Turvo), bem como na Escola do Campo Tamanduá; e também nas particulares Escola CEM, Ethos, ‘Madre Leônia Milito’ e escolas de Santa Ernestina, Dobrada e Motuca.
O que é essencial para atuar pelo Proerd?
William - É preciso ter dom para ensinar e conviver com as crianças. Nunca imaginei que trabalharia com elas e tenho vivido uma experiência muito boa. Acredito que levo jeito para atuar com elas.
Vocês sentiram diferença ao entrarem nas salas de aula como policiais militares?
Talita - Há uma diferença grande entre ser professora da rede pública estadual e ensinar como instrutora do Proerd, pois o relacionamento dos alunos comigo enquanto policial militar parte da curiosidade para um estado de conforto, carinho e confiança. Há participação total dos alunos.
William - Recebemos um abraço coletivo, sentimos muito carinho da parte deles e procuramos corresponder. Sem generalizar, percebemos uma carência quanto à necessidade de serem ouvidos. E os ouvimos! Algumas vezes, nos fazem perguntas referentes ao dia a dia deles, de familiares, conhecidos, e algumas delas chegam a surpreender.
Talita - Existe uma certa intimidade, um relacionamento de amigos entre nós e eles. Algumas vezes, eles excedem e precisamos dar um passo atrás, nos impor como educadores, nunca como policiais, para colocar ordem na sala de aula. Quando isso ocorre, sempre temos respostas positivas.
Qual a meta de vocês em relação à quantidade de alunos que tomarão o caminho do bem?
Talita - Nossa meta é fazer com que todos saibam fazer as escolhas certas, ajudando também a quem não teve a oportunidade de contar com o Proerd. Temos o propósito de ensinar a dizerem ‘não’ às drogas e às decisões erradas.
William - Ensinamos a seguirem o caminho correto e a tomarem decisões responsáveis; afinal, todos somos o resultado das nossas escolhas. Então, que escolham os ensinamentos do Proerd.
Quais os tópicos que o Proerd traz em seu contexto?
Talita - A estrutura básica é desenvolvida nos seguintes tópicos: o que é o Proerd; informações sobre drogas para a tomada de decisões responsáveis; riscos e consequências quanto a decisões tomadas; como lidar sob a pressão de colegas e situações de tensão; como as crianças podem se comunicar para se livrarem de problemas e bulling.
Quando o Proerd começou no estado de São Paulo e em Matão?
William - No estado de São Paulo, em 1993. Em Matão, começou em 1997 e, desde então, os policiais que atuaram foram Wladimir dos Santos, João Silvério do Carmo Filho, Ricardo Marques Dias, Júlia Custódio dos Santos, Marcos Humberto Basso, José Roberto Barbosa e Leandro Pereira.
Talita - A todos, o nosso reconhecimento e o nosso respeito.
Fonte: Rogério Bordignon
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