Um violeiro toca em prol da Apae
Almir Sater apresentará show beneficente em Matão, dia 14
- Postado por Ingrid Alves |
- sábado, 07 de setembro de 2019 | 10:35 hs
“Ando devagar / Porque já tive pressa / E levo esse sorriso / Porque já chorei demais”. A música ‘Tocando em frente’, da qual esse verso faz parte, já tem quase 30 anos, mas continua soando como um hino para muitos brasileiros. A letra é de Almir Sater, cantor, compositor e violeiro que traduz o jeito simples e a moda de viola caipira que continua encantando gerações mesmo após quase 40 anos de carreira e 12 discos gravados.
Almir Sater estará em Matão no próximo dia 14, a partir das 20 horas, em um show beneficente em prol a Apae local – uma realização da Rádio Cidade FM e Apae-Matão com apoio da Sorema. Cerca de 500 ingressos já foram vendidos, mas ainda dá tempo de garantir lugar. As duplas ‘Dani e Danilo’ e ‘Mário e Marcelo’ abrirão a noite. O serviço de bar, com bebidas variadas e comida de boteco, também terá renda em prol da instituição.
Manoel Braga, presidente da Apae, explica que a instituição é filantrópica e recebe subsídios para a sua manutenção, entretanto, não suprem a totalidade das suas necessidades. “Por isso temos o serviço de telemarketing, fazemos shows de prêmios, bazares, temos a Área Azul e criamos eventos como esse para manter a instituição”, relaciona.
A aposta em um artista de nível nacional tem o intuito de atrair o público para garantir um bom retorno financeiro, visando complementar o pagamento das despesas e manter o bom nível do atendimento da Apae-Matão – que hoje possui 311 assistidos, sendo 111 no mercado de trabalho. A Apae atende crianças e jovens com deficiência intelectual, múltipla ou autismo. Mais de 80 profissionais trabalham na instituição.
A Apae existe em Matão desde 1976 e seus assistidos não pagam nenhum valor para receber os serviços de saúde, educação e assistência social, além do transporte escolar, merenda e aprimoramento intelectual. O presidente da instituição conta que o orçamento da Apae para 2019 é de cerca de R$ 3 milhões, mas apenas 45% desse valor é garantido pelos subsídios. O restante é pago com as ações promovidas com a sociedade.
“Por isso apostamos muito nesse show. Temos certeza de que a população vai gostar, pois será uma ótima noite. E para a Apae, esse retorno será muito importante”, ressalta. Ainda há ingressos individuais de R$ 100,00 a R$ 250,00 à venda. Mais informações podem ser obtidas com Patrícia pelo telefone 3221-5100.
O ARTISTA
O primeiro disco de Almir Sater, ‘Estradeiro’, foi lançado em 1981 pela gravadora Continental. Desde então, o músico se tornou um dos mais respeitados ao empunhar sua viola de 10 cordas, popularmente conhecida como viola caipira, fruto do aprendizado com o mestre Tião Carreiro. Almir agrega um toque diferenciado ao instrumento com a fusão de estilos como o blues e o rock dos anos 70, com influências da música inglesa, embaladas pela pegada do folk norte-americano, sem abrir mão das sonoridades fronteiriças ao seu estado (Mato Grosso do Sul) e de enaltecer a paisagem rural.
Sua trajetória musical sempre foi marcada por grande destaque. Talentoso e versátil como instrumentista, Almir Sater foi apontado pela Revista ‘Rolling Stone Brasil’ entre os 30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão na edição de 2012. O disco ‘AR’, gravado em 2015 em parceria com Renato Teixeira, foi indicado em duas categorias no Grammy Latino 2016 – ‘Melhor Música de Língua Portuguesa’, com a canção ‘D de Destino’ – e premiado como ‘Melhor Álbum de Música Raízes Brasileiras’ (na disputa com Alceu Valença e Elba Ramalho), em Las Vegas.
Em março de 2018 veio ‘+AR’, uma continuidade do primeiro ‘AR’ pela Universal Music e também premiado como ‘Melhor Álbum de Música Raízes Brasileiras’, além de relacionado entre os 50 melhores discos nacionais pela crítica especializada. Dentre os sucessos da carreira de Almir Sater, além de ‘Tocando em Frente’, estão ‘Chalana’, ‘Um Violeiro Toca’, ‘Comitiva Esperança’, ‘Romaria’, entre muitas outras. No palco, a interação com o público flui tão naturalmente que a impressão é de estar na casa do artista, completamente à vontade num tom mais intimista.
Fonte: Ingrid Alves
Comentários