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Museu da Indústria será instalado onde seria o CEC

Empresa NCA, responsável pela implantação do projeto, já providencia equipe técnica


Em matéria publicada por A Comarca no dia 23 de fevereiro de 2018, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Hudson Martins, afirmou que a Prefeitura tinha intenção de conduzir um projeto que mantivesse algumas das atividades previstas originalmente para o Centro de Educação Complementar (CEC), mas que priorizaria a instalação do Museu da Indústria neste local.

Na ocasião, Hudson afirmava que era “uma grande oportunidade para fazer daquele local um ambiente que possa homenagear empresas matonenses, pilares de nossa sustentação econômica”. A obra inacabada do CEC ainda incomoda, mas Matão deverá ter o Museu da Indústria, “o primeiro deste gênero entre municípios do interior do Brasil, pelo que se tem conhecimento”, segundo Hudson.

INÍCIO

Em outubro de 2018, a Prefeitura de Matão tornou público um chamamento destinado à licitação de empresas com o objetivo de implantar um projeto completo em todas as suas etapas para o Museu da Indústria. O contrato foi assinado pela empresa Neres e Vaz Consultoria e Assessoria em Projetos Ltda (NCA) e pelo prefeito Edinardo Esquetini, em novembro do ano passado.

O projeto foi cadastrado e inscrito no então Ministério da Cultura, sendo aprovado em caráter prioritário pelo ex-ministro Sérgio Sá Leitão, atual secretário de Cultura do Estado de São Paulo. Um dos principais motivos que resultou nesta celeridade foi o compromisso de empresas matonenses com relação à instalação do museu.

No momento, a NCA providencia a instalação de sua sede em Matão e a contratação de colaboradores. Também há um trabalho de visitas para captação de recursos financeiros por meio de renúncia fiscal através da Lei Rouanet. “As empresas podem realocar 4% do Imposto de Renda devido ao Governo Federal diretamente ao projeto, portanto, sem retirar dos seus caixas”, cita José Carlos Neres Assis, diretor executivo da NCA.

“Outra forma é a empresa ou pessoa física participante integrar o projeto como patrocinador ou doador. Nestas duas situações, os recursos financeiros serão próprios, contemplando também acervos ou serviços a serem prestados”, resume Hudson. “Outros meios que correspondem à renúncia fiscal serão utilizados”, completa Josemar Silva de Assis, diretor financeiro da NCA.

O MIM

O Museu da Indústria de Matão (MIM) será instalado na área onde se encontram as obras paralisadas do CEC, cuja retomada está prevista para até o final de abril. “Os trabalhos de pesquisa científica e levantamento de dados históricos começaram na última segunda-feira (14)”, coloca Evandro Neres da Silva Assis, gerente comercial da NCA.

Atuando como coordenadora da Equipe de Pesquisa, a assessora de Comunicação do futuro museu, Jéssica Karoline Bonine dos Santos, já providencia o cadastro de pessoas que possam contribuir com dados históricos e faz visitas às empresas que integrarão o MIM. Além dela, outros profissionais irão compor uma equipe técnica que reunirá curador, museólogo, historiador, entrevistador, cientista social, professor de Língua Portuguesa, cinegrafista, fotógrafo e um profissional de informática.

O QUE OFERECERÁ

O Museu da Indústria terá quatro alas: ‘História da Industrialização’, ‘As indústrias e a fabricação’, ‘Linha do Tempo de Matão e Setor Agro’ e ‘Centro de Ciências’, além do ‘Centro de Educação Ambiental’ e ‘Espaço Empreendedor’, um acelerador de Start Ups. A sede da Diretoria Regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) fará parte do ‘Espaço Empreendedor’, assim como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.

“De acordo com as determinações do projeto, esta Primeira Etapa deverá ser concluída até no máximo em junho de 2020”, informa José Carlos. “Pretendemos ingressar com toda a documentação necessária para implantarmos uma Segunda Etapa, que poderá conter espaço multiuso (cine teatro e auditório) e a providência do ‘Espaço Digital’, que oferecerá acervo literário digital”, diz Hudson.

Também na Segunda Etapa, esta ‘Biblioteca Digital’ concentrará cursos e oficinas culturais, mantendo parte das intenções iniciais do CEC. “O MIM receberá todos os públicos, principalmente alunos de escolas locais e da região para contato com a história industrial e de Matão, obtendo conhecimento extracurricular”, relata Hudson.

O prefeito Edinardo Esquetini argumenta: “Tínhamos que dar destino àquela obra paralisada da Avenida ‘Laert Mendes’, abandonada há anos, deteriorando e gerando gastos aos cofres públicos. Fomos à Brasília, apresentamos o projeto ao Ministério da Cultura e tivemos total incentivo para desenvolver o projeto que visa implantar o Museu da Indústria; depois, buscamos investidores”.

“Um sonho começa a tomar forma e o Museu da Indústria de Matão (MIM) transformará o visual daquele local. A ideia é construir um museu moderno, diferente, unindo aspectos culturais, educacionais e ambientais, bem como recursos de alta tecnologia jamais vistos em Matão. Estamos muito felizes! Tenho certeza de que a população se surpreenderá com esta obra, inovadora em nosso município”, completa Esquetini.

Construção do CEC começou em julho de 2010

Obras estão totalmente paralisadas desde novembro de 2013

No dia 9 de fevereiro de 2018, através do Comunicado nº 26/2018, o prefeito Edinardo Esquetini rescindiu unilateralmente o Contrato nº 2/2010 – de 14 de maio de 2010 – que definiu empresa especializada para construção do Centro de Educação Complementar (CEC), sendo que este contrato foi assinado com a Construtora Cusinato no dia 13 de julho de 2010.

No dia 21 de julho de 2010, a empresa iniciou as obras do CEC, cuja Ordem de Serviço foi assinada pelo ex-prefeito Adauto Scardoelli no dia anterior. Com recursos próprios da Prefeitura, a obra seguiu até junho de 2012 de forma paulatina mediante cronograma financeiro definido pelo município, que se tornou mais lento devido a menor liberação de recursos de julho a dezembro de 2012.

Com a administração do ex-prefeito Chico Dumont, a partir de janeiro de 2013, a obra do CEC foi realizada com recursos mínimos, sendo paralisada em novembro de 2013, quando foi concluída a construção de um muro de arrimo ao fundo de quatro casas, para evitar possível desmoronamento que traria graves consequências para as famílias ali residentes.

A obra paralisada do CEC é composta por seis blocos distintos numa mesma área. Os Blocos número 1, 2 e 3 são compostos de oito salas com aproximadamente 150 m² cada uma, mais um conjunto de salas menores. Todas as salas estão distribuídas em dois pavimentos, que também incluem sanitários masculino e feminino nos pavimentos térreo e superior, com a devida acessibilidade entre ambos.

Os Blocos 4 e 5 são os que comporiam o Teatro de Arena. Visualmente pode-se constatar a estrutura metálica e uma arquibancada de concreto armado, que seriam os elementos do Teatro de Arena. O Bloco 6 receberia um Teatro para 513 lugares. Neste Bloco 6 foi feita parte da sua fundação, muro de concreto lateral e estrutura com colunas e a laje piso do palco.

No momento da paralisação, os Blocos número 1, 2, 3, 4 e 5 estavam em fase de conclusão. Toda parte estrutural estava pronta, assim como a alvenaria. As partes de hidráulica e elétrica, já tubuladas, ou seja, aguardavam instalações finais. Os fechamentos das salas dos dois pavimentos seriam feitos em vidro. Faltava a colocação da cobertura na estrutura já feita, do piso e pintura.

Em novembro de 2013, considerando a parte dos Blocos de número 1, 2, 3, 4 e 5, cerca de 70% da estrutura da obra estava concluída. Em matéria publicada por A Comarca em junho de 2015, o proprietário da empresa construtora, Ricardo Cusinato, considerou que era possível a Prefeitura concluir o que estava estruturalmente pronto, “por inteligência, racionalidade e valorização dos recursos públicos”.

“Com investimento relativo a 30% do valor da obra, o uso público das salas e do Teatro de Arena já seria viabilizado para os setores de Educação e Cultura do município e até para outras finalidades. Seria possível a Prefeitura concluir estes cinco blocos antes de retomar a parte do Bloco 6, que seria o do futuro Teatro para 513 lugares”, comentou Ricardo, em junho de 2015. Por óbvio, a paralisação da obra causou deterioração e perda de recursos públicos.


Fonte: Rogério Bordignon


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